UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A MATEMÁTICA E A RELIGIÃO PRESENTE NOS LIVROS DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA UTILIZADOS EM CURSOS DE LICENCIATURA
Palavras-chave:
Formação de professores, Historiografia, Educação MatemáticaResumo
Este trabalho insere-se na temática da formação de professores de matemática com ênfase em alguns motivos que evidenciam a importância de tratar a relação matemática e religião, por ser um tema que aparece contemplado nas agendas educacionais e culturais de vários países e por haver uma relação estreita entre as visões de mundo, de homem e de sociedade predominantes em cada cultura e a educação. Buscamos investigar a seguinte questão: Quais as implicações para a formação de professores de matemática, a relação entre a matemática e a religião presente nos livros de história da matemática? Escolhemos os dois livros mais utilizados nos cursos de História da Matemática na licenciatura, o História da Matemática, de Carl B. Boyer e o Introdução à História da Matemática, de Howard Eves e utilizamos para nossa análise as correntes e abordagens historiográficas; presentista, contextualista, internalista, externalista, continuidade e de descontinuidade, utilizadas ao se escrever a história da matemática. Nossa análise mostra que os livros deixam de lado no desenvolvimento do conhecimento matemático questões relevantes como a relação entre a matemática e a religião, reforçando o cientificismo e o reducionismo ao não considerarem a relação da Matemática com os diferentes aspectos da cultura em que está inserida. O que se tem disponibilizado nestes livros para o futuro professor é uma história embasada na mera transmissão de técnicas e de nomes, fatos e datas e nos princípios positivistas que determinam uma submissão de todo e qualquer espécie de conhecimento ao conhecimento dito científico. Trata-se de uma história seletiva que parece querer justificar certas visões de ciência ou apoiar certos modelos pedagógicos. Ao descartar, nos cursos de formação de professores esta relação e considerar a evolução da ciência apenas pela autocrítica, a tendência é que a riqueza de ideias que este assunto pode propiciar, não ocorra no ensino.
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