A Matemática do Ensino de Frações Equivalentes no Projeto HAPRONT (1976)
DOI:
10.62246/HISTEMAT.2447-6447.2024.10.656Palavras-chave:
Matemática do ensino, Frações equivalentes, Projeto HAPRONTResumo
O presente artigo teve por objetivo analisar a proposta para o ensino das frações equivalentes no módulo 9.4 “Operando com números fracionários” do Projeto HAPRONT (Habilitação de Professores não Titulados) realizado no Estado do Paraná na década de 1970. Utilizando como categoria teórica a matemática do ensino, presente no ensino de frações equivalentes no manual e no relatório do Projeto HAPRONT, foi possível identificar a proposta que circulou no Paraná para o ensino e a formação do professor leigo que atuava nas escolas de 1ª a 4ª séries do Ensino de 1º grau em tempos da Matemática Moderna. O referencial teórico-metodológico ancorou-se na História Cultural e em estudos recentes de Morais, Bertini e Valente (2021) no que tange ao conceito de matemática do ensino e seus elementos de categorização: sequência, significado, graduação, exercícios e problemas. O estudo nos possibilitou inferir que o manual pedagógico estabelece entre os números fracionários as relações de desigualdade, ordem e equivalência. Novos saberes de referência foram incorporados. Por meio das equivalências se formam as classes de equivalência e através dessas são realizadas as simplificações, as operações de adição e subtração com frações heterogêneas. A reta numérica foi considerada um processo visual importante para compreensão das classes de equivalência em que cada conjunto de frações equivalentes representa um mesmo número racional. Clélia Tavares Martins, autora dos módulos de matemática, possuía conhecimentos tanto da matemática escolar, quanto das metodologias de ensino, ou seja, um vasto conhecimento sobre a matemática do ensino, incorporando saberes de referência para ensinar as frações equivalentes articulados a elementos do “Movimento da Matemática Moderna”.
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