POR OUTRAS REVOLTAS DOS QUEBRA-QUILOS: história da educação matemática em interpelações decoloniais

Autores

Palavras-chave:

Colonialidade., Decolonialidade., Educação do Campo., História Oral., Pesos e Medidas.

Resumo

A chamada Revolta dos Quebra-quilos foi um levante popular ocorrido no Nordeste rural brasileiro nos anos de 1875-1876, incitado, entre outros aspectos, pelo descontentamento da população frente à implementação de um novo sistema de pesos e medidas pelo governo Imperial. Na atualidade, essas resistências permanecem em outras lutas, como nos cursos de Licenciatura em Educação do Campo, que insistentemente revisitam memórias e histórias camponesas que (re)existem em identificações políticas, territoriais e culturais que escapam das imagens coloniais que conferem ao rural uma visão depreciativa. Junto a essa revisão de memórias e histórias, buscamos expressar como a Matemática atua como meio para o exercício da colonialidade, alinhando a História da Educação Matemática à luta das populações camponesas pela educação e evidenciando como as ações de um curso de formação de professores permitem valorizar e reconhecer vozes e experiências educativas da população camponesa, em um movimento de (re)existência frente à colonialidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Filipe Santos Fernandes, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP/Rio Claro). Professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Raquel Moreira Mendanha, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Graduada em Licenciatura em Educação do Campo, habilitação em Matemática, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Funcionária pública (cantineira) na Escola Municipal José Simões Cunha, Paracatu, Minas Gerais, Brasil.

Referências

Arias, P. G. (2010). Corazonar: una antropología comprometida con la vida. Miradas otras des de Abya-Yala para la decolonización del poder, del saber y del ser. Ediciones Abya-Yala.
Baraldi, I. M. (2003). Retraços da Educação Matemática na região de Bauru (SP): uma história em construção. (Tese de doutorado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/102158
Fernandes, F. S. & Coutinho, E. P. (2021). Por uma Reforma (Agrária) do Saber: Decolonialidade, Educação do Campo e Formação de Professores de Matemática. Revista de Educação Matemática. 18(Edição Especial), 1-14. https://doi.org/10.37001/remat25269062v18id611
Galetti, I. P. (2004). Educação Matemática e Nova Alta Paulista: orientação para tecer paisagens. (Mestrado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/90996
Garnica, A. V. M. (2005). Escolas, professores e caipiras: exercício para um descentramento histórico. Educação e Pesquisa, 31(1), 121-136. https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000100009
Giraldo, V. & Fernandes, F. S. (2020). Caravelas à Vista: Giros Decoloniais e Caminhos de Resistência na Formação de Professoras e Professores que Ensinam Matemática. Perspectivas da Educação Matemática, 12(30), 467-501. https://doi.org/10.46312/pem.v12i30.9620
Lima, G. A. M. (2021). Tornar-se professor do campo: Representações Sociais em Movimento em uma Licenciatura em Educação do Campo com habilitação em Matemática. (Dissertação de mestrado em Educação). Universidade Federal de Minas Gerais. https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/41782
Lima, V. O. (2012). Revoltas dos Quebra-Quilos. Levantes contra a imposição do Sistema Métrico Decimal. In Anais do 15º Encontro Regional de História da ANPUH-Rio (pp. 1-12). São Gonçalo: ANPUH-RIO. http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1338335004_ARQUIVO_ANPUHRevoltas-Textofinal.pdf
Martins, M. E. (2003). Resgate histórico da formação e atuação de professores da escola rural: um estudo no oeste paulista. (Relatório de Iniciação Científica). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. http://www2.fc.unesp.br/ghoem/trabalhos/23_6_relatorio_final_IC_Edneia.pdf
Mendanha, R. M. (2020). O Assentamento Hebert de Souza (Paracatu, MG): histórias, modos de vida e práticas matemáticas. (Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Educação do Campo). Universidade Federal de Minas Gerais.
Mignolo, W. D. (2003). Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Editora UFMG.
Nery, V. S. C., Nery, C. S. S. & Dias, A. S. (2020). Decolonizar a História da Educação: contribuições teóricas dos estudos subalternos e do pensamento decolonial. History of Education in Latin America, 3(e21799), 2-17. https://doi.org/10.21680/2596-0113.2020v3n0ID21799
Oliveira, R. D. & Martins-Salandim, M. E. (2019). Elogio de uma escola rural: notas à margem da História da Educação Matemática a partir de uma entrevista. In Anais do 13º Encontro Nacional de Educação Matemática (pp. 1-12). Cuiabá: SBEM. https://www.sbemmatogrosso.com.br/eventos/index.php/enem/2019/paper/viewPaper/3097
Paião, C. A. (2019). Memórias da escola itinerante “Maria Aparecida Rosignol Franciosi”: histórias do fazer uma outra escola no movimento dos trabalhadores rurais sem terra. (Dissertação de mestrado em Ensino de Matemática). Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Quijano, A. V. M. (2002). Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos Rumos, 17(37), 4-28. https://doi.org/10.36311/0102-5864.17.v0n37.2192
Ramallo, F. (2018). ¿Qué pasado narrar en la educación? Gestos descoloniales en la historia del bachillerato argentino. Palobra, 18(1), 234-247. https://revistas.unicartagena.edu.co/index.php/palobra/article/view/2173
Silva, C. S. (2018). Escolas rurais como espaços formativos: vozes de professores que atuaram na região de Borebi/SP. (Dissertação de mestrado em Educação para a Ciência). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/153812
Souza, G. S. (2019). Da fuligem à edificação do Grupo Escolar Rural Usina Bandeirantes: narrativas que contam história(s). (Dissertação de mestrado em Ensino de Matemática). Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Villegas, F. (2020). Recordatorio Para Viejos Y Nuevos Colonialistas. https://www.contranarrativas.org/narrativa/2020/10/12/recordatorio-para-viejos-y-nuevos-colonialistas
Walsh, C. (2012). Interculturalidad crítica y (de)colonialidad: ensayos desde Abya-Yala. Ediciones Abya-Yala; Instituto Cientifico de Culturas Indigenas.
Zuin, E. S. L. (2018). La introducción del sistema métrico decimal en las escuelas primarias portuguesas y brasileñas en el siglo XIX y los cambios en la aritmética escolar. Revista Paradigma, XXXIX(Extra 1), 223-248. https://doi.org/10.37618/PARADIGMA.1011-2251.2018.p223-248.id676
Zuin, E. S. L. (2007). Por uma nova arithmetica: o sistema métrico decimal como um saber escolar em Portugal e no Brasil oitocentista. (Tese de doutorado em Educação Matemática). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/177674

Downloads

Publicado

2022-12-08

Métricas


Visualizações do artigo: 269     PDF downloads: 161

Como Citar

Fernandes, F. S. ., & Mendanha, R. M. (2022). POR OUTRAS REVOLTAS DOS QUEBRA-QUILOS: história da educação matemática em interpelações decoloniais. Revista De História Da Educação Matemática, 8, 1–15. Recuperado de https://histemat.com.br/index.php/HISTEMAT/article/view/537

Edição

Seção

Dossiê - História da Educação Matemática: diálogos a partir do VIII SIPEM