PARA ENSINAR FRAÇÕES: algumas considerações a partir da perspectiva de José Ribeiro Escobar

Autores

Palavras-chave:

Escola Nova, Formação de Professores, Métodos de Ensino, História da Matemática

Resumo

A Escola Nova foi um movimento de reestruturação do ensino, entre os anos 1920 e 1930 do século XX, intenso sobretudo na Europa, na América e no Brasil. Essa estrutura ocasionou uma modificação expressiva no ponto de vista educacional brasileiro, que passa a confiar que a educação será o único elemento diligente para a construção de uma sociedade democrática, respeitando a personalidade do sujeito, capaz de refletir sobre a coletividade e participar ativamente da sociedade. O presente artigo tem por objetivo elucidar quais os pontos de vistas de José Ribeiro Escobar para o ensino das frações e a partir de que perspectiva ele pode ser considerado um expert no ensino da matemática e, especificamente, no ensino das frações. Como principais fontes de análise, esta pesquisa de natureza historiográfica se utiliza de textos de José Ribeiro Escobar. Os resultados apontam que as orientações metodológicas e pedagógicas apontadas nas produções de Escobar, em relação ao ensino das frações, apresentam aderência à proposta do movimento escolanovista, que era compreendido como um novo modelo educacional. José Ribeiro Escobar era um professor com uma vida ativa na área educacional, participando de inquéritos, debates, discussões políticas, organizando cursos de formação ao professorado, engajado na produção de saberes, na formação de professores e no ensino. Escobar exerceu cargos de destaque na instrução pública, atuando em cargos de respeito e confiança e, por esse ângulo, ele pode ser considerado um expert quanto ao ensino da matemática e, nesse caso especificamente, no ensino das frações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, A. F. de; VALENTE, W. R. (2019). Os experts e a produção de saberes para a docência: Primeiros estudos do acervo Lydia Lamparelli: First studies of the Lydia Lamparelli arquives. Linhas Críticas, 25, p.318-332.

ANUÁRIO do Ensino do Estado de São Paulo, São Paulo: Inspetoria Geral da Instrução Pública (1922). Disponível em http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site. Consultado em junho/2016.

CAMPOS, R. D. (2012). No rastro de velhos jornais: considerações sobre a utilização da imprensa não pedagógica como fonte para a escrita da história da educação. In: Revista Brasileira de história da educação, Campinas-SP, v. 12, n. 1 (28), p. 45-70, jan. /abr.

CAMPOS, A. M. A. (2018). José Ribeiro Escobar: trajetória intelectual e profissional (1903 – 1938). (Dissertação de Mestrado em Educação). Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo.

CARVALHO, M. M. C (1989). A Escola e a república. Editora Brasiliense, São Paulo.

CUNHA, L. A. C. R. (2007). A universidade temporã: o ensino superior, da Colônia à Era Vargas. São Paulo: UNESP.

ESCOBAR, J. R. (1923). Para entender frações. Educação. Órgão da Diretoria Geral da Instrução Pública e da Sociedade de Educação de São Paulo ano I, nº04, ago.1923.

_______________. (1924). Plano de aula sobre os números. Revista da Sociedade de Educação. São Paulo, v. II, nº 02, abr., p. 191-211.

_______________. (1927). Para entender frações. Educação - Órgão da Diretoria Geral da Instrução Pública e da Sociedade de Educação de São Paulo, v. I, nº 02, nov.1927 p. 183-194.

_______________. (1927). Para entender frações. Educação - Órgão da Diretoria Geral da Instrução Pública e da Sociedade de Educação de São Paulo v. I, nº01, out.1927. p. 40-53.

_______________. (1930). Ensino de frações. Diretoria Técnica de Educação. Imprensa Oficial, Recife.

HOFSTETTER, R.; VALENTE, W. R. (Orgs.). (2017). Saberes em (trans)formação: tema central da formação de professores. 1. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física.

MONARCHA, C. (1999). Escola Normal da Praça: o lado noturno das luzes. Campinas, SP: Editora da Unicamp.

MORAIS, R. S. dos. (2017). Experts em educação e a produção de saberes no campo pedagógico. REMATEC, ano 12, n. 26, p. 62-70, set/dez.

MORAIS, R. S. dos; VALENTE, W. R. (2020). Os Experts e o saber profissional do professor que ensina matemática. Ciência & Educação, Bauru, v. 26, p. 1-13.

NAGLE, J. (1974). Educação e sociedade na primeira República. São Paulo: EPU-MEC.

REZENDE, A. M. S.; VALENTE, W. R. (2020) Materiais didáticos para o eninso de matemática: condensando saberes profissionais na docência. SANTOS, I. B.; BÚRIGO, E. Z.; VALENTE, W. R. Materiais didáticos e história da educação matemática. São Paulo, Editora Livraria da Física, p. 25-48.

SOUZA, R. F. (1998). Templos de civilização: a implantação da escola primária graduada no Estado de São Paulo. São Paulo: UNESP, 1998.

VALDEMARIN, V. T. (2008). O manual didático Práticas escolares um estudo sobre mudanças e permanências nas prescrições para a prática pedagógica. Revista brasileira de história da educação, n° 17 mai. /ago.

VALENTE, W. R.; FRIZZARINI, C. R. B.; OLIVEIRA, M. A.; SILVA, M. C. L. (2014). Os saberes elementares matemáticos e os programas de ensino, São Paulo (1894-1950). VALENTE, W. R.; COSTA, D. A. (org.). Saberes matemáticos no curso primário o que, como e por que ensinar? Estudos histórico-comparativos a partir da documentação oficial escolar. 1 Ed. São Paulo: Editora Livraria da Física.

VIDAL, D. (2009). No interior da sala de aula: ensaio sobre cultura e prática escolares. Currículo sem Fronteiras, v.9, n.1, pp.25-41, jan/jun.

VIDAL, D. G. (2000). Escola nova e processo educativo. LOPES, Eliane Maria Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cynthia Greive (orgs.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, p. 95-134.

Downloads

Publicado

2021-06-01

Métricas


Visualizações do artigo: 389     PDF downloads: 244

Como Citar

Campos, A. M. A. de. (2021). PARA ENSINAR FRAÇÕES: algumas considerações a partir da perspectiva de José Ribeiro Escobar. Revista De História Da Educação Matemática, 7, 1–16. Recuperado de https://histemat.com.br/index.php/HISTEMAT/article/view/401

Edição

Seção

Dossiê - Ensino de frações: história e perspectivas atuais