O ENSINO DE FRAÇÕES NOS ANOS INICIAIS: um estudo cultural com professores polivalentes

Resumo

O ensino de Matemática vem assumindo, nos últimos dois decênios, um importante espaço no que se refere às potencialidades educacionais de formação do sujeito. Desta forma, assume-se uma responsabilidade, tanto do ensino quanto da pesquisa, em buscar elementos constitutivos que forneçam não apenas argumentos, como também conhecimentos sólidos e fundamentados em estudos sistematizados. Assim, este artigo versa sobre a formação dos professores que ensinam Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental, tendo por escopo apresentar um estudo exploratório desenvolvido com professores polivalentes, a partir de uma perspectiva cultural, no que se refere às metodologias para o ensino de frações. Assim, apresenta-se neste texto um enquadramento sociocultural utilizado como base teórica, o contexto histórico da evolução da educação, localizando o professor polivalente, sua formação, e o ensino de frações nos anos iniciais. Como enquadramento metodológico parte-se da análise de conteúdo sobre discursos escritos por um grupo de professores, sujeitos da pesquisa, obtendo-se categorias de análise, as quais foram cotejadas com os aportes culturais utilizados como base teórica. Como resultados, o presente estudo mostrou que: (i) os professores polivalentes investigados apresentam preocupação com a metodologia de ensino de frações, mas não sabem diferenciá-la do conceito puro de fração; (ii) a partir da interpretação cultural das categorias podem-se evidenciar três visões constantes nos discursos dos professores, as quais são tradicionalista, interacionista e sistemática; e (iii) cada professor analisado ensina fração considerando um significado específico.