INVESTIGAÇÃO DO ERRO EM MATEMÁTICA: itinerários didáticos e históricos

Resumo

Com o objetivo de compreender diferenças de itinerários investigativos de pesquisas vinculadas ao campo da Educação Matemática, este artigo analisa um estudo do campo da Didática, e outro, da História da educação matemática.  Com o foco no processo de ensino e aprendizagem da matemática, Pinto (2000) analisa o erro a partir de conceitos e procedimentos da Didática. Defende a ideia de que, além de um observável para o aluno o erro seja, também, um observável para o professor. Investigando, em diferentes vagas pedagógicas, transformações do erro que repercutiram na matemática do ensino, Valente (2022) analisa representações do erro mostrando que, em tempos da consolidação da pedagogia científica de base estatística, a responsabilidade do erro, anteriormente atribuída ao aluno, é direcionada ao trabalho do professor. Apesar de itinerários diferentes, as duas abordagens apresentam convergências em relação aos responsáveis pelo erro. Entretanto, ao abordar transformações transcorridas em um tempo de longa duração, o itinerário histórico distancia-se do didático ao sinalizar para o novo sentido dado ao erro pela matemática do ensino. Destacando o impacto da tecnologia na cultura escolar, em tempos mais recentes, o estudo histórico aponta para o deslocamento da exatidão do cálculo para a calculadora e a busca do erro no processo de aproximação ao resultado apresentado pelo aluno.