EUNICE GUIMARÃES: professora negra no curso de Matemática da Universidade Federal da Bahia (1950-1968)

Autores

DOI:

10.62246/HISTEMAT.2447-6447.2024.10.651

Palavras-chave:

Eunice Guimarães, Mulher negra, Matemática

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo investigar a trajetória profissional de Eunice da Conceição Guimarães no curso de Matemática da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a partir de um lugar social e pertencimento étnico-racial, entre 1950 e 1968. Tal delimitação temporal tem como início a década em que a personagem foi estudante da Faculdade de Filosofia da Bahia e, como término, o ano de criação do Instituto de Matemática da UFBA. No desenvolvimento desta pesquisa, foram feitas leituras sobre uma escrita histórica, em particular da história cultural (Barros, 2005).  Discutiu-se acerca da construção dos papéis sociais de gênero, desde o final do século XVIII até meados do século XX (Rohden, 2001). Além disso, considerou-se o trabalho de Passos (1999), que aborda a mulher na Faculdade de Filosofia da Bahia no século XX, bem como a investigação de Dias (2002), que analisa a constituição do curso de Matemática desta Faculdade. A principal fonte histórica foi uma entrevista da Professora Eunice Guimarães, produzida em 2002, a qual foi interrogada com suporte no referido referencial teórico, e a partir de Souza (1990), que contribuiu para refletir a respeito da percepção de identidade racial da personagem naquele contexto, assim como as implicações de sua ascensão social mediante a docência no ensino superior.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Damile Cerqueira Bertolo, Universidade Estadual de Feira de Santana

Graduanda da Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Feira de Santana. 

Eliene Barbosa Lima, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

Doutora em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)/Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Professora titular vinculada ao Departamento de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira de Santana, Bahia, Brasil.

Referências

BARROS, J. D’A. (2005). O campo da história: especialidades e abordagens. 3 ed. Editora Vozes.

Lei n. 3.353, de 13 de maio de 1888. (1888). Declara extinta a escravidão no Brasil. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim3353.htm.

Lei n. 9.155, de 08 de abril de 1946. (1946). Cria a Universidade da Bahia e dá outras providências. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del9155.htm.

Lei n. 5540, de 28 de novembro de 1968. (1968). Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5540.htm

CALDWELL, K. L. (2000). Fronteiras da diferença: raça e mulher no Brasil. Revista Estudos Feministas. http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2000000200007&lng=en&nrm=iso.

CALMON, J. (1980). Os 35 anos (1941-1976) da Faculdade de Filosofia. Revista das Ciências Humanas, v. 1, 7-18.

DIAS, A. L. M. (2002). Engenheiros, mulheres, matemáticos: interesses e disputas na profissionalização da matemática na Bahia (1896-1968) (tese Doutorado em História Social).

GUIMARÃES, E. da C. (2002, setembro). Entrevista: Eunice da Conceição Guimarães. Entrevista concedida a André Luís Mattedi Dias e Lais Viena de Souza.

LEMOS, G. L. R. (2011). A escola normal na Bahia e a educação feminina. In Anais da 10ª Jornada HISTEDBR: história, sociedade e educação no Brasil: história da educação: intelectuais, memória e política (pp.1-15). Vitória da Conquista: UESB.

LIMA, E. B. (2006). Dos infinitésimos aos limites: a contribuição de Omar Catunda para a modernização da análise matemática no Brasil (dissertação Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências) – Instituto de Física, UFBA-UEFS, Salvador, 2006.

LIMA, E. B. (2012). Matemática e Matemáticos na Universidade de São Paulo: italianos, brasileiros e bourbakistas (1934-1958) (tese Doutorado em Ensino, Filosofia e História das Ciências).

MENEZES, M. B. de. (2015). A matemática das mulheres: as marcas de gênero na trajetória profissional das professoras fundadoras do Instituto de Matemática e Física da Universidade da Bahia. (1941-1980) (tese Doutorado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo)

PASSOS, E. S. (1999) Palco e platéias: as representações de gênero na Faculdade de Filosofia. NEIM / FFCH / UFBA.

POLLAK, M. (1992). Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, jul. 1992. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/1941. Acesso em: 13 abr. 2024.

ROHDEN, F. (2001). Uma ciência da diferença: sexo e gênero na medicina da mulher. 2 ed. Editora FIOCRUZ. http://books.scielo.org/id/8m665. DOI: https://doi.org/10.7476/9788575413999

SOUZA, N. S. (1990). Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. 2 ed. Edições Graal.

Downloads

Publicado

2024-10-20

Métricas


Visualizações do artigo: 47     PDF downloads: 6

Como Citar

Bertolo, D. C., & Lima, E. B. (2024). EUNICE GUIMARÃES: professora negra no curso de Matemática da Universidade Federal da Bahia (1950-1968). Revista De História Da Educação Matemática, 10, 1–13. https://doi.org/10.62246/HISTEMAT.2447-6447.2024.10.651

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)