UM PROFESSOR E SEUS ALUNOS: memórias de aulas de Matemática na formação de professores em Montes Claros (MG) – 1960/1990
Palavras-chave:
Formação de Professores de Matemática, História Oral, História da Educação MatemáticaResumo
Este artigo tem foco em memórias de aulas de Matemática no curso de licenciatura estabelecido em 1968 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafil) da cidade de Montes Claros (MG) produzidas em entrevistas com a metodologia da História Oral. Como a cidade não tinha profissionais aptos a lecionar as disciplinas matemáticas requeridas pelo Conselho Federal de Educação, contratou-se um professor, Francisco Bastos Gil, na capital do estado, Belo Horizonte, que realizou a tarefa durante os primeiros anos do curso. A base do artigo é constituída por narrativas de antigos professores e alunos do curso acerca do professor Gil, especialmente admitido pela instituição para lecionar as disciplinas matemáticas da licenciatura. O artigo se concentra no papel desempenhado por esse professor, conforme a visão dele próprio e dos alunos da primeira turma do curso mais de 40 anos depois. O trabalho de Gil foi desenvolvido na perspectiva conteudista dominante na formação de professores daquela época e foi caracterizado como difícil e desafiador para ele e para os alunos. Sua presença no curso marca a dinâmica da relação entre centros e periferias na formação de professores de Matemática no Brasil, porque Montes Claros, antes periférica pela distância enorme dos centros formadores, converteu-se, depois, num desses centros para a região do norte de Minas. Os testemunhos, além de contribuírem para o conhecimento da trajetória do curso, constituem o registro de uma identidade comum ao grupo de pioneiros na formação institucional de professores de Matemática no norte de Minas Gerais.
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